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Lançamento do Livro: Imergindo no Mundo do Videogame


Por que alguém passa tanto tempo jogando videogame? O que a faz imergir neste mundo fantástico e divertido? O que prende sua atenção durante horas sem interrupção?

Estas e outras questões são abordadas no livro Imergindo Mundo do Videogame, que expõe características do jogo narrativo que agem sobre nossas mentes criando um verdadeiro transe. Em videogames narrativos de aventura, o jogador é levado a um estado mais do que apenas concentrado. Ele ingressa naquela realidade de um jeito que seus sentidos são estimulados por todos os lados.

Os mundos criados pelos jogos eletrônicos são mentiras mascaradas de realidade, fantasias temperadas com pseudocontrole. A criação é livre, limitada apenas pela imaginação. Como jogador, entro em histórias de ficção, assumo personagens completamente diferentes de mim e tomo decisões que podem destruir, ou fabricar, mundos. Neles, posso fazer coisas impossíveis, visitar lugares fantásticos, controlar o outro, agir como o outro. Ser o outro. Não estou preso às mesmas regras da vida cotidiana.

O jogo permite autonomia sobre as ações ao mesmo tempo em que me faz responsável por elas. Eu sou a principal personagem em uma sociedade ilusória e surpreendente. Nada de fato existe, mas tudo é feito para que eu me sinta inserido em um lugar real.

61EGv4COdTLO uso de histórias, agência, navegação, personagens, objetivos e linguagem são alguns dos elementos presentes nos videogames que conseguem nos isolar de ambientes cada vez mais frenéticos. Acionar corretamente os sentidos eleva muito as chances de alcançar essa sensação de deslocamento e pertencimento ao mundo imaginário.

Essa visão reconhecidamente apaixonada, porém, não é compartilhada por todos. Muitas vezes, jogos são depreciados e alvo de preconceitos: coisa de criança, passatempo de desocupado, estimulador de violência, isolador social. Joguinho. As pessoas têm o costume de diminuir algo que não conhecem ou não admiram.

Independentemente de quem esteja lendo, seja jogador, pesquisador, desenvolvedor ou apenas curioso, Imergindo no Mundo do Videogame pretende revelar a lógica estratégica por trás dos videogames, uma mídia que consegue construir um ambiente imersivo perante um mundo cada vez mais caótico e disperso.

Pesquisar o tema foi divertido. Jogar foi divertido. Escrever o texto foi divertido. E espero que ler este trabalho seja tão divertido e prazeroso quanto foi confeccioná-lo. Espero todos vocês, e quem quiserem chamar, no lançamento!

Serviço: Lançamento do Livro Imergindo no mundo do Videogame
Quando: 07 de Julho as 19hs
Onde: Livraria Da Travessa Botafogo
Endereço:
Voluntários da Pátria, 97, Rio de Janeiro/RJ

Link do evento no facebook


Livro para jogar – Jogo para ler


Fazendo algumas leituras, terminei por encontrar um artigo da Revista Galileu que descreve o cenário relacionado aos jogos que utilizam da leitura como fator primordial. Abaixo, divido o texto com vocês, pois acho que será de grande importância.

device-6

Game Device 6

Você acaba de passar um ano vivendo no exterior e, ao voltar para casa, não encontra ninguém. Estamos em 1995 e seus pais não têm celular. Felizmente, o esconderijo da chave de reserva não mudou. Você abre a porta e encontra a casa vazia, com a aparência de ter sido abandonada às pressas. A única maneira de descobrir o que aconteceu é ler uma infinidade de páginas de diário, cartas, bilhetes, recados e documentos espalhados pelo chão, guardados em gavetas ou trancados no interior de cofres, sempre torcendo para que ninguém apareça de surpresa.

Parece o enredo de um romance de mistério, mas é o início de Gone Home, parte de uma nova geração de games que estão aproximando o formato da experiência de ler um livro. Com títulos como Device 6, 39 Steps e The Novelist, o fenômeno vem se tornando tão comum que a americana Random House, uma das maiores editoras do mundo, abriu um departamento digital para experimentar novos formatos  de livros (um dos resultados pode ser conferido gratuitamente em www.blackcrownproject.com).

Games baseados em texto remontam à própria origem do formato. Na primeira metade dos anos 1980, eram muito populares os text adventures — espécie de livros eletrônicos interativos em que, ao se deparar com questões cruciais para a história, o jogador podia optar entre diferentes caminhos. “Esses jogos tiveram uma relevância enorme”, aponta André Conti, editor da Companhia das Letras e ex-colunista de games no jornal Folha de S. Paulo. “Não seria exagero dizer que tiveram um impacto importante na popularização dos computadores”. O gênero era tão relevante à época que Douglas Adams, autor do best seller Guia do Mochileiro das Galáxias, trabalhou pessoalmente na adaptação de seu livro mais conhecido.

Esses jogos foram se tornando menos comuns à medida que os computadores ficavam mais potentes e com gráficos melhores. Surgiram outros tipos de games que já não dependiam do texto para contar histórias — isso quando havia uma no sentido estrito da palavra. Os text adventures não desapareceram: passaram a ser chamados de interactive fiction (ficção interativa) e novos títulos são publicados até hoje, inclusive no Brasil. Um exemplo é Owned – Um novo jogador, da escritora carioca Simone Campos (disponível online em www.novojogador.com.br), que além de possibilitar diferentes caminhos para o leitor, oferece itens que podem alterar o curso da narrativa. “Pensei desde o começo em fazer um livro experimental que lidasse com cultura da internet e dos games para treinar o leitor nacional na leitura fora da escola, no ambiente anárquico on-line”, lembra. “Com alguns trechos prontos, decidi que faria um livro-jogo”.

Ficção interativa, contudo, é vista hoje como produto para poucos. Em parte, isso ocorre porque são livros envoltos por certo ar de nostalgia. “Assim como ocorre no cinema, a história de um jogo não é contada só com falas e textos, mas também com imagens e sons”, explica João Beraldo, romancista e escritor de jogos como Redescobrindo o Brasil e Flying Castles. “O trabalho de escrever um jogo não diz respeito apenas ao texto que aparece nele: é também definir o que vai virar arte, som ou valores”.

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Game The Novelist

Dosar diferentes elementos é o principal desafio para esses novos games de texto. Alguns títulos, como os lançamentos da Random House, não passam de leituras em voz alta acompanhadas de ilustrações. Outros, como Dear Esther, permitem ao jogador caminhar pelo cenário, mas sem interferir no enredo. E há jogos como Gone Home, que permitem ao jogador ler uma história na ordem e grau de detalhamento que desejar.

Todos levam à pergunta: por que os jogos com texto estão de volta? Um dos principais motivos é a popularização dos tablets e smartphones, que permitem que o público jogue numa sala de espera ou dentro de um ônibus — situações em que os livros reinavam absolutos. Sintoma disso é o fato de títulos como Device 6 serem lançados apenas para plataformas móveis. Além disso, a tecnologia dos games expande os limites narrativos de um livro. O texto escrito já não aparece por falta de opção, como ocorria nos text adventures, mas como um recurso a ser explorado de maneira inovadora. Em 39 steps, adaptação do romance do escritor escocês John Buchan, que inspirou ainda duas versões para o cinema dirigidas por Alfred Hitchcock, reportagens apenas mencionadas na obra original podem ser lidas na íntegra. 

Para Conti, no entanto, projetos assim ainda não transformaram games numa nova forma de literatura. “Talvez o mais literário em um jogo não seja o texto em si, mas o ato de oferecer as ferramentas para que o jogador crie sua própria história”, argumenta. Ele cita como exemplo King of Dragon Pass, em que a sucessão única de eventos ocorridos durante cada partida é transposta para um texto escrito, no formato de uma saga. “E isso vai muito além do trabalho de uma editora de livros”. Afinal, talvez o melhor para os videogames não seja contar as mesmas histórias que a literatura, e sim contar como essas histórias são — e podem ser — construídas.

Via: Revista Galileu


Videogame na sala de aula! Novo curso no Ibmec/RJ vai atrair os apaixonados pelos games!


A evolução tecnológica e o mundo globalizado permitiram que novas formas de comunicação pudessem ser aperfeiçoadas. O videogame, assim como o cinema e o teatro, ganhou novos mercados e, hoje, é responsável por mover grandes somas na indústria do entretenimento. De mera “brincadeira para crianças”, os games atravessaram uma verdadeira revolução nas últimas três décadas e hoje são peças-chave no desenvolvimento econômico.

video_game_culture_by_rosieposie91-d5e88ncO Brasil é o 11º país que mais fatura com games no mundo (cuja estimativa é faturamento de 1,3 bilhão de dólares em 2014) e o primeiro na América Latina. Esses dados foram divulgados por pesquisa no portal New Zoo. No Brasil há 48,8 milhões de gamers, ou seja, jogadores de videogames. Mas 61% efetivamente gasta dinheiro com jogos eletrônicos.

Segundo dados de pesquisa divulgada pela Universidade de São Paulo (USP), 75% das empresas desenvolvedoras de games faturam menos de 240 mil reais por ano e cerca de 21% têm faturamento anual entre 240 mil e 2,4 milhões de reais. Apenas 5 dos 133 estúdios pesquisados movimentam anualmente entre 2,4 milhões e 16 milhões de reais. Segundo a consultoria GFK, o mercado de videogames no Brasil já fatura mais do que o Reino Unido, Alemanha e Espanha, conforme divulgado durante a prévia da feira de jogos Brasil Game Show 2013.

logo-ibmec-videogamePara debater as amplas possibilidades de expressão nesta área, o Ibmec/RJ lança, na unidade Barra, o curso de extensão presencial Videogames: a cultura e as possibilidades expressivas de um novo meio, com carga horária de 30 h/a e aulas durante a semana, no turno da noite.

O objetivo do curso é introduzir uma compreensão mais aprofundada dos games como expressão cultural e inventiva do nosso tempo, a partir da análise da trajetória dos jogos eletrônicos desde sua criação – em meados do sec. XX – até os dias de hoje, tendo em perspectiva o processo de desenvolvimento ocorrido em outras formas narrativas, como a literatura e o cinema.

Klaus-Schmaelter-videogameO curso de extensão será conduzido por Klaus Schmaelter, Bacharel em Comunicação Social pela UERJ, jornalista, pesquisador e profissional de conteúdo com mais de 8 anos de experiência no mercado de Pay TV. Trabalhando na Rede Telecine, Klaus já fez a programação de canais como Megapix e, principalmente, Telecine Cult. Hoje é um dos responsáveis pela curadoria de conteúdo do Telecine PLAY.

Curso de extensão presencial Videogames: a cultura e as possibilidades expressivas de um novo meio

  • Local: Ibmec Barra
  • Endereço: Av. Armando Lombardi, 940 – Barra da Tijuca
  • Carga horária: 30 h/a
  • Início das aulas: 23/setembro
  • Aulas: terças e quintas-feiras
  • Horário: 19h15 às 22h15
  • Investimento: R$ 1.650,00 à vista ou 6 X R$ 275,00
  • Informações: clique aqui

Além do curso com ênfase no setor de videogames, a escola de negócios oferece Extensão em diversas áreas de atuação, com ingresso nos próximos meses. Confira os demais cursos em www.ibmec.br


As Revistas, com carinho…


Nossos pensamentos sempre estão ligados a três focos, um no passado, daquele momento nostálgico, onde as coisas pareciam ser mais simples; um no presente, no qual os perrengues do dia a dia fazem com que achemos estar cada vez mais sem tempo; e um no futuro, onde ansiamos estar lá, tranquilos e calmos.

Hoje em dia pensar no passado está na moda, na verdade, ter elementos deste passado próximo está garantindo os comes e bebes de gente graúda no mercado internacional de jogos eletrônicos e, cada vez mais pessoas, empresas, estão integrando-se nele, vide o ressurgimento de títulos do passado, lançado para Atari 2600, NES, Mega Drive e afins, aparecendo a olhos vistos nos novos consoles, com o XBoX One, PS4 e Wii U.

E é nesta grande monta, neste movimento de volta ao passado, que eu estou inserido. Escrevo sobre retrogaming, não porque é moda, mas sim porque aqueles grandes momentos foram um prazer indelével que sempre estarão na minha memória, assim como a infância e a adolescência com o pai e mãe, avós de todos que aqui estão lendo estas breves palavras.

No artigo de hoje gostaria de falar acerca de um elemento importante para a vida de todo jogador de videogame daquela época, tal qual foram as locadoras que descrevi semana passada, que são as revistas especializadas, no Brasil, de videogame.

AS REVISTAS

Você vai numa locadora e espera ansiosamente por sua vez para entrar nela – dependendo da cidade, a mesma era bem concorrida pela criançada e os adolescentes -, escolhia aquele jogo X e ia para casa morto de feliz por pegar aquele título, mesmo sem não entender nada de inglês – e tão pouco japonês. Colocava a fita, jogava alucinadamente até que… travei!

Quem aqui nunca pegou algum jogo que, por ventura do destino, chegava-se até certo ponto e era impossível de passar? Você não sabia o que fazer? Ia e vinha e nada. Mas que droga… e agora?

Então acaba por se lembrar daquela revista que tinha comprado a duas semanas atrás que falava justamente sobre aquele jogo. Que ele era isto e aquilo e que valia a pena em ter na sua coleção. Você o havia alugado justamente para testar e, quem sabe, pedir para a sua mãe de natal ou aniversário. Talvez ali tenha alguma dica, ou, até mesmo, várias, para passar daquela fase chata.

Ao chegar na sua coleção de revistas, cada pilha em separado, uma para Ação Games, outra para a Videogame, uma terceira para SuperGame e a última para GamePower, compradas religiosamente na banca do Seu Pereira, lá na pracinha, começa a fuçar uma por uma para ver se conseguia achar aquela que falava daquele jogo maldito.

As Velhas e Boas revistas.

As Velhas e Boas revistas.

Passando os olhos por cada página, por cada figura, os textos, as cartinhas do leitor, as dicas, as perguntas e os recordes, tem aquela sensação, aquela gana, aquele sentimento, que gostaria de jogar todos os jogos do mundo ao mesmo tempo, mas sabe que o seu pai, sua mãe, sua tia ou seu tio preferem dar roupas a games e só com muito choramingo é que se consegue um novo jogo, ou, nas palavras da sua mãe: “Se tirar nota boa no final do ano, te damos o jogo que você tanto quer.”

Mas que jogo? Como escolher um entre dezenas que o pessoal da Ação Games deve jogar todos os dias? Pegar somente um? UM? Se pegar Mario 3, não pode pegar Tartaruga Ninja 2, mas eu queria tanto o Megaman 2 e Double Dragon 2? Se eu tivesse outro videogame poderia pedir um Shinobi do Master ou um Sonic. Estes videogames deveriam ser compatíveis para eu não ter de pedir outro videogame e me falarem não.

Só um jogo? A tentação era grande, mas escolher só um entre dezenas era uma como pedir para beber apenas um golezinho de Coca-Cola daquele garrafão de 1L no dia de domingo. Só um golinho porque mãe?

A única coisa que podia fazer era ficar um pouco chateado e continuar a procura pela aquela dita cuja revista que fala daquele maldito jogo que você não consegue passar e, de repente, você passa os olhos naqueles anúncios de vários videogames a venda e os pilotos da Ação Games.

INVEJINHA BÁSICA

Daí, de repente, você tem em suas mãos a Ação Games nº 8 e acha que é esta revista é a salvadora, lá estava o jogo Totally Rad, deve ter algo além de falar sobre o mesmo, uma dica, por menor que faço.

Como era final de semana, ficou folheando um pouco a revista antes de chegar lá na página do dito cujo jogo. Foi então que sempre que chegava naquelas páginas onde mostravam os pilotos, aquela invejinha básica subia no coração.

sempre nos trazem fortes emoções.

sempre nos trazem fortes emoções.

Lá estavam eles, na página 22, Ioiô, Marcelo, Ricardo, Rodrigo e Christian, os “feras” da Ação Games, testando múltiplos controles para o Phantom System e para o Master System e tudo o que você podia fazer era uma caixa de muxoxo e sonhar alto, quem sabe, um dia, ser um piloto e passar o dia jogando videogame e só isso? Nem a possibilidade de pagamento passava por sua cabeça, o importante era jogar videogame.

Depois de momentos de sonhos a plena luz do dia, você continuava a folhear as páginas, um anúncio da Polytron, com vários jogos e cartuchos. Mini Games, no qual você já estava enjoado de jogar o seu da Mônica por horas a fio, aquele anúncio maroto da Dynacom com o seu Dynavision 3.

E, por fim, chegou ao Totally Rad, esperando que tivesse alguma coisa e nada… Será que a Videogame teria alguma coisa sobre o jogo?

A BUSCA POR INFORMAÇÃO

Você se lembra que a revista Videogame tinha feito algo sobre o jogo, daí não é para a sua surpresa que o mesmo era CAPA da revista de número 8? Se é capa, é porque deve ter muita coisa sobre ele.

Folheou rapidamente para o índice e lá estava a página 26 falando sobre o jogo. Foi passando rapidamente pelas páginas e que inveja daquele Turbo Express, mas deixa para lá, a ânsia por terminar aquele jogo era maior e foi ali que, lá estava e você tem um sorriso de uma ponta a outra do rosto com um detonado que a Videogame fez sobre o jogo!

Agora sim eu finalizo isso, pensou para si. Pegou a revista, se levantou e foi ler o que tinha de ler para como matar o peixão chato do Ato 3.

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Qualquer um passou por uma situação semelhante. As revistas de videogame faziam presentes no cotidiano de todo jogador, seja lendo na banca de revista, pois o tio deixava, seja na locadora, onde algumas disponibilizavam alguns exemplares ou em casa, quando a mãe ou o pai davam uma grana para você comprar elas.

E os anúncios então?

E os anúncios então?

As revistas eram um espetáculo à parte, já que grande parte delas eram feitas de forma bem braçal e com informações bem escassas – onde as mesmas eram recebidas com meses de atraso ou nada a ver com que os públicos americanos, europeus e japoneses sabiam antecipadamente – e, assim, as vezes as mesmas inventavam as coisas.

Seja por mais, seja por menos, estes pequenos espaços virtuais em forma retangular, com fotos, textos, promoções e suas mascotes, foram companheiros de toda uma vida gamer e, assim, ficarão eternamente nos corações de todos aqueles que foram leitores delas.

Simples assim.