Todos os Jogos “Remakes” merecem um Replay?

Com o advento da geração passada de consoles vieram novos jogos para as novas plataformas, apresentando o potencial e proposta singular desses produtos. Em paralelo a isso, também houveram jogos que foram trazidos de plataformas passadas para serem apreciados nesta geração que se passou, sendo remasterizados e chamados de “Remakes” ou “versão em HD”, que pela terminologia determina são vídeos em alta definição. Partindo dessa proposta, é possível entender uma tendência da indústria e estratégia das empresas vindo de seus títulos que tiveram uma boa aceitação no passado.

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A exemplo desses títulos,vimos jogos como Devil May Cry, Hitman, Resident Evil, Shadow of The Colossus e ICO sendo lançados em suas versões remasterizadas para geração passada. A receptividade desses títulos, assim como a maioria dos que foram remasterizados, tem agradado os que compraram e investiram seu dinheiro nos títulos. Por mais que o conteúdo seja basicamente o que já foi visto em plataformas anteriores, os simples detalhes de áudio, gráfico, dublagem podem fazer um diferencial enorme para o jogador que está interagindo com o game.

É questionado sobre necessidade dessas remasterizações, a exemplo da segunda versão em HD do título Resident Evil 4, trazendo algumas modificações, mas não tão grandiosas assim. A partir disso, indaga-se do interesse apenas de lucro ou de conteúdo também por parte das empresas responsáveis. Porém, antes de questionar sobre a necessidade dessa estratégia, é importante ter por conhecimento alguns tópicos relacionados ao produto em si.

Em Marketing, tem-se por conhecimento e objetivo estudar de que forma o produto entra e sai do mercado e os efeitos que o mesmo causa junto às suas possibilidades de reintegração dentro do mercado. Partindo disso, temos etapas que caracterizam o produto dentro deste processo, são essas:

– Desenvolvimento do produto: Onde tem-se a ideia do produto, o seu conceito e os investimentos são crescentes.

– Introdução: Possui o custo para lançar o produto, seu retorno ainda é baixo, em consequência do início das vendas e do conhecimento dos prospects (consumidores em potencial)

– Crescimento: Nesta fase, o produto começa a vender em proporções que geram lucros para a empresa e tem uma aceitação do consumidor em questão.

– Maturidade: O consumo do produto começa a se estabilizar, tomando proporções que se atinge a média já estabelecida e também há um declínio de vendas, visto que nesta etapa já haverá produtos novos do concorrente e também semelhantes ao que foi lançado.

– Declínio: é a fase onde as vendas começam a cair, consequentemente os lucros não conseguem superar o investimento feito no produto e na sua distribuição.

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Partindo disso, é pertinente perceber a estratégia que o mercado utiliza para realavancar ou manter o seu produto no mercado. Como a movimentação do mercado de games é muito grande, rapidamente haverá novos títulos mensalmente, numa quantidade as vezes muito grande. Os jogos, como produto, possuem um fator chamado replay, que possibilita ao jogador consumidor manter um contato duradouro com o jogo, porém quando se há uma nova geração, a tendência é que os consoles antigos fiquem pra trás, pela falta de produção de novos títulos e transferência de franquias para a nova geração.

O mercado mundial sofre de uma Mega Tendência de coisas antigas, onde há uma super valorização por coisas vintages e antigas em geral. Na indústria de games isso não é diferente, partindo da valorização de jogos antigos, onde há demonstração de afeto pelas gerações passadas de consoles e seus jogos que fizeram sucesso. Dessa forma, as empresas enxergam esse cenário atual e fazem com que os jogadores saudosistas e novos tenham contato com jogos clássicos (ou nem tão clássicos assim) em consoles atuais. Isso faz com que o produto que estava numa etapa final consiga render lucros para as empresas e prepare os jogadores para os futuros jogos das franquias.

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Em suma, diante de todas essas questões, é possível perceber que essa é uma tendência que ainda vai perdurar nessa nova geração, mesmo não se sabendo de que forma vai ser a abordagem a ser usada, mas é algo que provavelmente vá acontecer, visto que já há jogos da geração passada  nos novos consoles. O importante é que as empresas tenham por noção de que os jogadores e os consumidores nem sempre aceitam poucas modificações ou pequenos detalhes adicionais por um preço de um jogo atual; é necessário que haja uma intenção em trazer conteúdos adicionais e modificações realmente pertinentes para o lançamento de jogos antigos.

Respeitando e levando em conta todo o processo de produção e adição de detalhes dentro do jogo, é importante preservar o seu produto e o lucro do mesmo, mas é importante cativar os jogadores com conteúdos que possam adicionar à experiência, principalmente quando se trata de jogadores saudosistas e antigos que querem ver mais do que apenas pequenos detalhes adicionais. Sendo assim, é importante o relançamento desses jogos, mas que tragam benefícios além dos já vistos antes para estimular a venda e melhorar a experiência do jogador.

Author: Paulo Junior
Publicitário formado no Maranhão com foco em Marketing Digital, atualmente trabalhando com Estratégias de Mídias Sociais. Admirador nato da cultura pop, com um carinho especial pelo cinema e música, mas com o coração nos games.

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