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Realidade Virtual: A imersão que faltava nos videogames


A aposta no mercado de acessórios imersivos para videogame não é novidade. Voltemos aos anos 80, quando o Nintendo de 8 bits e o Master System apostavam nas pistolas e óculos 3D com a promessa de transportar o jogador para a “terceira dimensão”. O tempo passou, e de lá para cá, os jogos para consoles e PCs ganharam novas formas de controles como guitarras, dispositivos com sensores de movimentos, tapetes de dança e câmeras inteligentes, como o Kinect. Agora, a moda da vez é o Headset de realidade Virtual, também conhecido como VR (Virtual Reality).

dk2-productDesde o início da campanha para financiar o Oculus Rift em 2012, a realidade virtual voltou a ser o centro das atenções. Vale lembrar que essa tecnologia não é novidade e segue em plena evolução desde 1860. O problema maior sempre foi o preço alto, além da própria tecnologia gráfica da época, que não transmitia tanto realismo quanto as máquinas de hoje.

Agora, entretanto, o valor mais acessível dos novos produtos de VR está criando um cenário animador. Recente pesquisa da Walker Sands Communications indica que 49% dos consumidores americanos estão interessados em experimentar a realidade virtual, sendo que destes, 35% desejam comprar um headset do tipo.

E, pela primeira vez na história dos games, os computadores saíram na frente na preferência dos desenvolvedores. No momento, a plataforma conta com o desenvolvimento do Oculus Rift, que recentemente foi comprado pelo Facebook e é apoiado por celebridades da indústria, como John Carmack (da popular série de tiro Doom). Outro focado nos PCs é o HTC Vive, produzido pela Valve, de Half Life. O cenário não poderia ser melhor para os PC gamers.

E no PC, esses itens têm tudo para emplacar. Trata-se da plataforma que mais oferece jogos a preços atraentes e boa parte deles até é gratuita. Títulos de multiplayer online, sobretudo os do gênero FPS (tiro em primeira pessoa) têm potencial para causar uma imersão nunca antes experimentada nos games.

omni-virtual-reality-treadmill-8091E o que mudará na mecânica? Bem, o conceito de imersão nos jogos nunca mais será o mesmo. O jogador vai sentir cada momento da aventura como se estivesse realmente na trama. Será mais comum tomar sustos e usar o corpo intencionalmente, como, por exemplo, ao mexer a cabeça como uma forma de ‘escapar’ do perigo em um tiroteio ou de uma mordida de tubarão em cenas submersas.

E, além das cenas de tensão, a realidade virtual, se bem implementada, mudará também a percepção de como enxergamos os cenários. Por exemplo, quer ver de onde vem aquele tiro que passou raspando? Basta virar o rosto. Está pilotando um carro de corrida e quer olhar ao retrovisor? Mova a cabeça levemente para a esquerda. Esses movimentos são tão naturais que aos poucos podem se tornar parte obrigatória da experiência.

Por fim, o papel da Realidade Virtual tende a ser a de uma realizadora de sonhos. Os gráficos avançados dos computadores de hoje, aliados à sensação imersiva da VR podem levar o jogador a lugares nunca antes explorados com tamanho realismo. Já sonhou em ser um astronauta? Os desenvolvedores já começaram a pensar nisso e os jogos espaciais já são tendência para esses dispositivos em 2016, basta pesquisar a grande quantidade de títulos desse gênero que estão por vir. Esportes radicais, exploração da natureza, aventuras submersas, as possibilidades são infinitas e potencial há de sobra para criar novas e criativas experiências.

Agora é esperar essa nova era dos games realmente chegar. E falta pouco para que esses produtos estejam disponíveis nas gôndolas das lojas americanas, já que a expectativa é entre esse ano e até 2016.

* Texto por: Byong Hwan Kang – Diretor de Operações da Playspot


Os videogames podem ser o próximo passo definitivo da educação?


Os jogos tem uma capacidade incrível de nos trazer boas lembranças, momentos inesquecíveis e eternos com base no entretenimento, não é mesmo? Mas nós sabemos que atualmente a indústria de games não se limita apenas à isso; muito pelo contrário, os games tem estado presentes em vários setores da sociedade, inclusive relacionado a educação, onde estes jogos que interagem com esse propósito são chamados de serious games.

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Indo mais a fundo, os serious games se caracterizam pela sua utilidade educativa, com o propósito de utilizar das características dos games em função de um ensinamento específico e útil ao jogador. É importante perceber que estamos inseridos em meio à formas de ensinos que cada vez se tornam mais obsoletas, onde os conteúdos que são abordados não conseguem relacionar-se inteiramente com o seu público em questão, não os despertando um grande interesse.

Games possuem características que promovem engajamento e imersão aos seres humanos, fazendo com que estes absorvam o conteúdo ali exposto de forma mais concreta.

Segundo Huizinga, autor do livro Homo Ludens: O jogo como elemento de cultura, é da natureza dos jogos criar uma sensação de alheamento da realidade. Dessa forma, os jogos são capazes de aumentar a concentração dentro do universo em que o jogo está inserindo, fazendo com que o jogador não se sinta apenas recebendo informações, mas vivenciando-as, e em consequência disso, aprendendo e absorvendo o conteúdo sem estar sendo diretamente objetivado à isso, como um dever.

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Nintendo utilizando o seu console como ferramenta educacional. – U.S

Nos serious games, é importante que o jogador esteja na função de ajudar na criação do jogo, o mesmo deve ser mais escritor do que leitor, contribuindo para que de fato haja a participação deste com o título e o que se deseja passar em questão.

Um exemplo do uso dos games direcionado ao aprendizado é a Escola Superior de Pedagogia em Karlsruhe, onde em 2012, teve um projeto europeu voltado ao aprendizado de idiomas através de universos virtuais em 3D. O coordenador desse projeto, o professor Gérald Schlemminger, linguista e pesquisador do ensino de línguas estrangeiras, cita que a plataforma de internet de jogos de interpretações de papéis e de simulação, possibilitam, através de avatares e outros recursos, o aprendizado de idiomas.

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Game “Frontiers – You´ve reached fortress Europe”

Já existem outros projetos e utilizações dos serious games, desde o treinamento em profissões específicas, como em médicos, até mesmo a interação com eventos históricos, como o game Frontiers – You´ve reached fortress Europe, criado pelo grupo Austríaco de artistas Gold Extra, onde o jogador é desafiado à entrar na Europa como refugiado; interagindo assim com a situação em que o país estava inserido.

Em resumo, é importante perceber como os jogos podem se relacionar com o jogador de diversas formas, desde o entretenimento, até mesmo promovendo um aprendizado específico através dos conceitos que permeiam os elementos dos games. Além disso, é necessário que os jogos possam se relacionar à essa função a cada dia mais, pois é possível trazer grandes benefícios à sociedade, fazendo com que assim seja percebido e absorvido o grande potencial que os games possuem em relação ao ensino.

Gérald Schlemminger, em relação aos games e o aprendizado, citou:
“Se os jogos sérios continuarem a ser vistos como um elemento isolado complementar às aulas tradicionais, eles não vão passar de uma “brincadeira tecnológica” divertida, mas muito trabalhosa. Eles só fazem sentido de fato se não continuarem num mundo de ficção, mas estabelecerem uma forte ligação com o aprendizado no ambiente da escola e também fora dela.”

Fontes:
Dw.de
SbgameGoethe