Uma visão ingênua para o Mercado de Games… Tornando a brincadeira em um produto de qualidade!

Desde a época da faculdade eu sempre escutei a frase: “Eu prefiro ganhar menos e trabalhar com o que gosto a ganhar mais e trabalhar em algo que não curto.“. Na prática é possível trabalhar com o que se gosta e não, necessariamente, ganhar pouco, mas o problema é quando o amor por aquilo que se gosta é maior do que a razão e não perceber como o mercado de games funciona.

É natural que quando se é jovem (e inexperiente) a pessoa ou um grupo de pessoas, ache que consegue viver apenas de sua paixão em criar jogos, que basta apenas chamar os amigos que tem o mesmo interesse em comum e começarem a produzir algo. Não há como negar que ter iniciativa (ou pró-atividade) é uma das principais características para se obter sucesso, seja na vida pessoal ou profissional, entretanto, também, se faz necessário ter cautela e não deixar que o desejo de trabalhar com o que se gosta acabe se tornando uma verdadeira dor de cabeça.

Uma das forma de começar a realizar o sonho de criar uma empresa de jogo é obtendo o famoso Capital Inicial. Esse capital pode ser adquirido de várias maneiras e uma delas pode ser feita por meio dos famosos editais.

O problema com editais, no meu entendimento, é que muitos jovens visam apenas o capital oferecido e não, necessariamente, como transformar aquele capital em um negócio sustentável.

Editais devem ser analisados com muita atenção, pois a falta de atenção aos termos do mesmo pode ser fatal para o grupo em questão. Pode ocorrer do edital exigir o retorno do valor no futuro; é possível também que a entidade fomentadora fique com boa parte do retorno da comercialização do projeto realizado; ou mesmo em casos de editais onde não há necessidade do retorno da verba ou mesmo do investimento, é possível que a falta de um planejamento leve a um fracasso do projeto, ou ainda pior: um projeto bom, mas sem um plano efetivo de divulgação neste competitivo mercado.

Como mencionei antes, devido a inexperiência e a não análise dos termos podem resultar o sonho em uma dor de cabeça, uma vez que os jovens, geralmente, executam suas ações sem o acompanhamento ou conselho de uma pessoa mais experiente. Tendo esse cenário montado, os jovens empreendedores podem perceber, um pouco tarde que trabalhar com o que se gosta exige esforço e dedicação como qualquer outra coisa. E se antes tudo era uma diversão com os amigos, hoje, é necessário ter as contas em dia, procurar patrocinadores, parceiros, cumprir prazos etc.

Minha questão não é demonizar os editais, mas sim alertar aos jovens profissionais que não basta achar que o edital será o suficiente para a sua empresa e principalmente que é necessário ler e entender cada cláusula do mesmo. Procurar ajuda de quem tem mais experiências com esse tipo de coisas, para não perceber, depois que tudo foi iniciado que o tal edital não era o mais adequado para a sua realidade.

Dito tudo isso se faz necessário que os jovens empreendedores, por mais que queiram trabalhar com o que gostam, precisam antes de mais nada ter uma visão de negócio, de como transformar o seu jogo em um produto de qualidade e não apenas uma brincadeira.

Abraços

Nerd clássico, nascido na década de 80, que gosta de video-game e Heavy Metal. Formado em Administração e pós-graduado em Gestão do Entretenimento pela ESPM-RJ, além de uma especialização em Game Marketing. Estou no mercado de games desde 2011

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