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Nadando contra a maré – Como entregar um Jogo e seus conteúdos adicionais DLC’s com qualidade?


Confesso que não tenho o hábito de comprar jogos na época de seus lançamentos. Na maioria das vezes espero cerca de 1 ano após seu lançamento, pois, geralmente, é nesse período que os jogos ganham uma versão “Jogo do Ano” com todos os elementos adicionais (DLC’s) e, é claro, são mais barato em comparação com o preço de lançamento.

Entretanto tem jogos que me deixam empolgado e me fazem comprar a pré-venda. O último jogo que despertou essa vontade em mim foi The Witcher 3: Wild Hunt da CD Projeckt Red. O jogo é maravilhoso e ganhou vários prêmios, mas o que gostaria de destacar é a estratégia da CD Project Red utilizou para lançar o seu produto no mercado.

O modelo de negócio hoje é muito bem definido: Temos o Jogo e seus conteúdos adicionais, as famosas DLCs. Então caso o consumidor queira o “Jogo completo” ele precisa comprar o jogo base mais o “Passe de temporada” ou a sua “Edição Premium” (o nome varia de acordo com a distribuidora).

Esse modelo já gerou várias discussões sobre a questão do consumidor não comprar um produto completo e sim uma parte de um todo. Um dos exemplos mais clássicos com relação ao DLC aconteceu com o jogo Street Fighter X Tekken, lançado em 2012, pela Capcom. Para quem não recorda, o jogo possuía elementos que só eram liberados por meio de pagamentos, entretanto esses elementos já vinham com o jogo base e não em um DLCs separado.

Particularmente eu não tenho nada contra as DLCs, a questão para mim é como as empresas as colocam no mercado. Muito desses conteúdos adicionais são elementos que não acrescentam muito na história principal do jogo, em alguns casos ela apenas contam a versão dos fatos do ponto de vista de um outro personagem, isso quando esses conteúdos não se resumem a elementos estéticos, como roupas e aparências.

Em The Witcher 3: Wild Hunt esse modelo não é diferente, ou seja, temos o jogo principal e DLCs, a questão aqui é como esse produto é oferecido para o consumidor. Excluindo as DLCs estéticas a CD Projeckt Red entregou, inicialmente, ao consumidor conteúdos de qualidade gratuito aumentando assim o replay do jogo. Posteriormente foram entregues mais duas DLCs (Heart of Stone e Blood and Wine) que poderiam muito bem serem vendidos como jogos fechados, uma espécie de Spin-Off de Gerald, a empresa optou por colocar esse conteúdo como parte de um todo (Jogo base + Season Pass) e mais uma vez mostrou para o mercado que é possível entregar um produto, mesmo que em partes, com qualidade e respeitando o consumidor.

Esse tipo de atitude só cria um vínculo de fidelidade com o jogador, pois o próximo título da empresa carregará essa marca de produto com qualidade e respeito ao consumidor. Espero sinceramente que outras empresas sigam o mesmo caminho que a CD Projeckt Red e nos entregue conteúdo de qualidade e não somente conteúdos que não oferecem em nada, tanto para o consumidor quanto para o produto.

Abraços


For Honor vai te fazer comprar melancia oca?


Vocês jogaram For Honor na BGS? Eu joguei e a experiência foi fantástica. Acho que muitos voltaram para casa com vontade de comprar o jogo. Devem até ter entrado na fila do alpha fechado. Eu estava realmente empolgado até encontrar algo que me fez pensar.

melancia-for-honorA Feira da Fruta

Vamos imaginar que você foi à feira e viu uma grande oportunidade. Havia uma deliciosa melancia! Ótima aparência e ótimo preço. Ela ainda tinha um diferencial. Era muito mais leve que as outras frutas. Você não teria trabalho para levar para casa. Finalmente você chegou em casa, e como o título sugeriu, a melancia estava oca! Se quisesse, teria que pagar um pequeno adicional pelo recheio.

titanfail-marketing-games-for-honorTitanFail

Esta história relacionada ao For Honor parece absurda? Então vamos observar os fatos! Lembra do Titanfall? Nossa! Como esperei por aquele jogo. O que comprei foi apenas uma pequena parte do produto. Logo o jogo perdeu o brilho e para continuar interessante era preciso comprar conteúdo extra. Havia comprado apenas a casca da melancia!

For Honor deve seguir os mesmos passos. Algo suspeito está no ar. O jogo não tem força para segurar o multiplayer por muito tempo e é possível que cobrem por mapas extras. Eu não suporto pagar por mapas novos de multiplayer. São eles que mantém o jogo vivo!

A propósito, parabéns para a Blizzard com o Overwatch!


Até que ponto os dlc’s são realmente necessários?


Atualmente, os DLC’s fazem parte de uma realidade muito presente na vida dos jogadores de video game. Como o próprio nome já incita, os downloadable contents possuem conteúdos adicionais ao jogo que foi comprado, com o propósito de aumentar a longevidade e a experiência do jogador com o game em questão. Há várias questões que são recorrentes quando se trata desse assunto, principalmente quanto ao que esse conteúdo irá somar de fato dentro do jogo e dos preços que são cobrados para obtê-los.

ubisoft_chris_early_1_medSegundo Chris Early, vice presidente de digital publishing na Ubisoft, a tendência do uso das dlc’s já está mudando, e ainda afirma que alguns destes já não são reprimidos ao serem anunciados. O mesmo cita os pacotes “Time Saver” do jogo Assassins Creed IV, onde permite comprar recursos dentro do jogo, revelando locais de colecionáveis, e afirma que não houvera resistência na compra deste conteúdo, onde o mesmo anteriormente era conseguido apenas através de macetes dentro do game. Partindo deste fato, é possível perceber que esse tipo de pagamento por conteúdos adicionais é uma realidade que os jogadores já estão habituados e cada vez mais se torna algo natural dentro da experiência com os jogos. Contudo, esses conteúdos nem sempre podem apresentam vantagens que possam contribuir de fato aos títulos.

Red_Dead_Redemption_-_Undead_Nightmare_coverComo muito se questiona também, muitos desses conteúdos trazem apenas modificações ou adições simples ao jogo, contribuindo apenas com alguma skin, mapa ou até mesmo personagens novos; são conteúdos que irão trazer novidades ao jogo, porém será que realmente valem o investimento que é feito? Pois bem, algumas vezes não, pois são conteúdos simples e que não irão demandar um grande desenvolvimento, não havendo uma necessidade real de serem vendidos separadamente e por um preço consideravelmente alto. Há casos em que esses conteúdos chegam para aumentar e melhorar consideravelmente o envolvimento com o game, como os dlc’s Infamous: Festival of Blood, The Last of Us: Left Behind, GTA IV: The Ballad of Gay Tony, Red Dead Redemption: Undead Nightmare, dentre outros. A partir de tais exemplos, é possível perceber que os dlc’s são bem vindos, a partir do ponto em que se demonstra um real motivo e justificativa para a compra dos mesmos.

Em Marketing, demonstrar e provar valor ao cliente é uma ação recorrente nos vários planos que são desenvolvidos para empresas, e na indústria de games não é diferente, partindo do princípio que é preciso conquistar e reter os jogadores que são consumidores dos produtos. A atual era do Marketing se apropria do fato de que é necessário que as empresas demonstrem vantagens, serviços e valores ao seu consumidor; é necessário que haja uma razão racional e emocional para que o jogador se interesse e acredite que aquele conteúdo é realmente vantajoso e necessário. Em paralelo, é possível fazer uma comparação de valor x satifação, onde Kotler (2000, p.58) afirma: “Satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultantes da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do comprador”. Tendo isso por base, é imprescindível entregar conteúdos que irão realmente construir e demonstrar valores e vantagens para o jogador, não apenas entregando conteúdos simples para que possa gerar lucros através de baixo investimento.

marketing-de-contenidosEm suma, dlc’s continuarão existindo e as empresas continuarão trazendo conteúdos adicionais aos jogos, tal fato pode ser uma ótima ou péssima notícia, tudo isso vai depender do empenho das empresas em desenvolver conteúdos que justifiquem os investimentos dos consumidores. É importante que os consumidores estejam sempre exigindo melhorias e vantagens que irão contribuir realmente em sua experiência, não desembolsando quantias consideráveis altas em relação ao que é entregue por algumas empresas. O que se espera são grandes ideias com a possibilidade de trazer grandes momentos adicionais aos jogos e que valham os investimentos nos dlc’s, aumentando o contato e as horas que irá se passar com o título.

Nos diga, quais dlc’s valeram os investimentos feitos e adicionaram à sua experiência dentro do jogo?

Fonte: Sussuworld


Ser Jogador no Brasil é coisa de Rico?


Um bom dia, boa tarde ou boa noite. Estou aqui, por estas breves palavras, para introduzir-me aos leitores deste ótimo site. Sou Daniel Gomes, fui convidado pelos administradores daqui para escrever algumas parcas linhas opinativas para ajudar você, gamer, leitor, consumidor, marketeiro ou um simples curioso, a pensar um pouco neste mundo de sons e imagens que tanto adoramos. O que eu sou? Um ser humano perturbado que trabalha na área de Análise de Sistemas. De onde? De Fortaleza e, por agora, chega de falar da minha pessoa. Vamos seguir em frente por aqui!

Antes de forçar você, leitor, a continuar a leitura de um texto que poderia ser longo ou não, a resposta para a minha pergunta é SIM.

Depois disso, vamos tentar dialogar do porque da natureza desta resposta que segue consonante com aquilo que vemos nos dias de hoje – na verdade antigamente também – aqui no Brasil.

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Há algumas semanas a EA anunciou o seu jogo para a Copa do Mundo de 2014, que vai ser sediada aqui no nosso adorável país, com as suas belas musas e praias tropicais, onde ninguém se queixa de nada e tudo funciona as mil maravilhas. Com este tipo de pensamento, podemos até achar que vivemos num paraíso – que só é assim para os ricos e abastados -, coisa que não é bem verdade.

O anúncio deixou muitos fãs do esporte chamado Futebol com os ouvidos em pé, pois o mesmo viria com todos os jogadores psicografados e todos os nossos estádios virtualmente lindos – só no virtual, porque na real… – e pelos preços praticados na antiga geração, que já estavam entre 79 e 149 reais os lançamentos, muita gente estava já colocando a mão no bolso para pagar por mais uma DLC da EA…

Estavam, pois a EA anunciou que o mesmo seria vendido por nada menos que 250 reais, é isso aí amigos, DUZENTOS E CINQUENTA DILMINHAS! Se comparado com a versão americana, que está custando 60 dólares e 50 euros nas Oropas, só aqui no país tupiniquim se paga mais caro por algo que, sinceramente, é bem meia boca.

Depois de um certo tempo e com a velha desculpa da diferença cambial, o jogo seria vendido por 199 reais – o que não deixa de ser extremamente caro e oportunista – para o PS3 e o XBoX 360.

Daí fica-se aquele amargor na boca e a pergunta mais frequente de todas. Será que o brasileiro, com o que ganha em média, consegue arcar com os custos de jogatina? Se você for trabalhador e que ganha dois salários mínimos, tem conta para pagar e é solteiro, a resposta é quase certamente não. Seria mais folgado ser um jogador por aqui se você ganhasse três ou mais salários mínimos ou, no caso, comprar um console e comprar, num máximo, uns 3 ou 4 jogos por ano.

E estes dois hein? 2.299 e 4.000 dilminhas respectivamente não é para qualquer um!

E estes dois hein? 2.299 e 4.000 dilminhas respectivamente não é para qualquer um!

Claro que temos as alternativas online, onde alguns jogos podem sair de graça ou a preços de banana, mas, ainda assim, não é todo mundo que pode dar 700, 800, 1000, 2000 ou 4000 reais num console e mesmo quando o fazem, não podem arcar com os custos adicionais que estes aparelhos dão ao dono. Controle adicional – com ou sem fio -, adaptador para não sei o que, assinatura mensal ou anual e mais um monte de apetrechos para arrancar dinheiro do consumidor.

Com os custos Brasil que pesam por demais no bolso dos cidadãos deste país, tentar alimentar uma jogatina pode sair mais caro do que pagar uma boa faculdade e não é todo mundo, desde que videogame veio a ser lançado no Brasil, pode arcar um custo enorme como este, diferente de nossos amigos viciados nos EUA e na Europa.

Enquanto tivermos empresas que pensam que consumidores são idiotas e que podemos pagar 3 vezes mais o preço de que era para ser cobrado num produto, o país não vai para frente e o consumo e o endividamento só ferra o consumidor.

Ou, pelo visto, só tem rico no país.