Representatividade nos Jogos Digitais: as minorias gritam por atenção!

Antes de começar essa discussão informo a todos que me acompanham que propus fazer uma sequência de temas necessários ao meio, mas a cada semana com muitas novidades, existem algumas precisam ser discutidas no calor do momento. Sendo assim abordarei os temas já levantados em futuros próximos e deixarei junto o link do artigo anterior para não ficarem perdidos. Dito isso vamos ao grande destaque da última semana: Brasil Game Show.

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Segundo o site da Brasil Game Show a Feira é o local escolhido para a realização de mais de 80% dos anúncios e lançamentos da América Latina. Além disso, conta com presença das principais empresas do segmento de games. Em 2015, o evento contou com a presença de cerca de 180 marcas, que tiveram a oportunidade de atingir e interagir com as 300.138 pessoas que circularam pela feira.

Nesse ano não foi diferente. Com grandes lançamentos e em um novo local a feira foi sinônimo de sucesso tanto para o público como para produtores. Dentre os produtores destaco os indies que superaram as expectativas tanto em qualidade como em quantidade. Em três dias de evento conversando e jogando observei um aumento significativo na qualidade em relação ao último ano; mecânicas diferentes, gráficos trabalhados, histórias desenvolvidas.

Por outro lado os problemas persistem: equipes despreparadas para vender seu produto, jogos muito bonitos, mas pouco criativos; histórias clichês e o mais interessante para nós que estamos começando nossa aventura nesse meio: minorias gritando por atenção. E quem são essas minorias? Vamos aos números.

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“Os homossexuais representam 18 milhões de pessoas no Brasil, com um potencial de consumo de mais de R$ 150 bilhões por ano, de acordo com a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS).”(fonte)

Diante da sociedade, deficientes e familiares atravessam obstáculos

 

 

“Dados do IBGE revelam que 6,2% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) considerou quatro tipos de deficiências: auditiva, visual, física e intelectual. “ (fonte)

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Segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população. Os brasileiros que se declaravam brancos eram 45,5%. (fonte)

 

 

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“A atual população indígena brasileira, segundo dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, é de 896,9 mil indígenas.“ (fonte)

 

 

Olhando esses dados não é necessário dizer muito não é mesmo? 18 milhões de possíveis jogadores que não se sentem representados por não possuírem a mesma orientação sexual que a maioria da sociedade. 6,2% de possíveis jogadores de uma população de mais de 204 milhões de brasileiros que sofrem com a falta de acessibilidade aos jogos nas mais diversas plataformas. E por aí vai!

Mas lembre-se que isso é uma PEQUENA PARTE de um grupo composto por diversas minorias que não se encaixam ao padrão cultural imposto, mas trabalham e possuem renda para gastar com algo que traduzam um pouco de sua história. É hora de ser menos preconceituoso, conhecer novos públicos, explorar novas culturas e produzir material para quem busca ao menos existir em uma sociedade injusta e desigual, mesmo que tudo comece em um ambiente imaginário e virtual. Concordam? Acreditam em públicos em potencial? Vamos discutir :]

Author: Victor Hugo Da Pieve
Especialista em Design de Interação (PUC-MG) e graduado em Design de Jogos e Entretenimento Digital (UNIVALI) é apaixonado pela experiência que os Jogos Digitais podem proporcionar. Atuou com Pesquisa e Desenvolvimento de Jogos focados em crianças com transtornos (TDAH e Autismo). Atualmente é Game Designer na equipe acelerada pela Playbor, uma aceleradora de jogos digitais brasileira, a primeira da América Latina.

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